Monday, May 6, 2013

Silva Cells: Aumentar o número de árvores na cidade e diminuir enchentes


Sistemas de infra-estrutura verde prontos cada vez mais completos estão sendo desenvolvidos. Porque a indústria brasileira não investe em algo assim? Seria ótimo se houvesse um produto nacional deste tipo, não? 
Além das árvores, há um "jardim de chuva" subterrâneo que contribue para o controle de enchentes. Deixa a cidade mais bonita, e ao mesmo tempo é funcional.



Aqui mais um vídeo explicando melhor o sistema.

Friday, April 19, 2013

Video about Lyon Confluence

Video about "Lyon Confluence", one of my study projects.
Published on Vimeo by Lyon Confluence

Lyon Confluence, the point of the city from Lyon Confluence on Vimeo.



Friday, March 15, 2013

The Olympic Park: a Landscape Legacy


Quero ver se o Brasil também vai ser esperto de aproveitar as Olimpíadas e a Copa para criar espaços urbanos vibrantes, que vão ficar para a posteridade — a exemplo do parque olímpico de Munique  (Olympiapark) de 1972, que é muito querido e usado pelos alemães e visitantes da cidade até hoje!

O desenho das áreas públicas do parque olímpico de Londres também foi feito pensando em benefícios para a população a longo prazo. Confiram no vídeo!


"Landscape architects were right in the heart of it".

Tuesday, February 5, 2013

Roda Viva | Jorge Wilheim | 04/02/2013



Ontem, no RodaViva, o Jorge Wilheim falou, entre outros assuntos, sobre os rios de São Paulo. Quem perdeu, pode conferir aqui. Começa em 24:58 (o plug-in para o vídeo iniciar direto nesse ponto da entrevista parece que não está funcionando).

Comentários meus (rápidos, pois estou na correria):

- de fato a estratégia de tratamento de esgoto na cidade hoje é ultrapassada, não atinge a raiz do problema  (construir dutos, dutos e mais dutos não vai resolver)

- a poluição dos rios urbanos em São Paulo é um problema central, mas eu diria que ainda mais central é o problema da falta de vontade política para melhorar a relação entre os rios e os cidadãos (a Raquel tocou nesse assunto)

- meio chato o Jorge não ter nem citado o nome do Ruy Ohtake ao falar do projeto original do Projeto Ecológico do Tietê de 1976. Ele só mencionou o Burle Marx (quem eu respeito muitíssimo e sobre quem eu já escrevi aqui algumas vezes), mas foi o Ohtake que ganhou o Premio Bienal de Arquitetura no "X Congresso Brasileiro de Arquitetura" em 1979

- ainda não sei muita coisa sobre o Projeto do Arco do Futuro... quero ainda fazer um post sobre isso, mas antes preciso conhecer melhor o plano. Pelo que sei, está prevista a ampliação das faixas da Marginal (o que é um tiro pela culatra, como o Jorge comenta na entrevista), a substituição da rede elétrica aérea para subterrânea, a construção de mais piscinões (já escrevi sobre isso várias vezes, mostrando que não resolve o problema e cria novos problemas), e a implantação de corredores residenciais/comerciais. Eu espero que os rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí e Aricanduva possam ser verdadeiramente integrados ao tecido urbano — o que não ocorre hoje — e que os projetos sejam ousados e inovadores, ao invés de manter o modelo de avenida de fundo de vale, que separou a cidade das potencialidades da sua hidrografia.

Bom, divirtam-se com o vídeo.

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PS.: Acabei de ver que o Fernando de Mello Franco é o novo Secretário de Desenvolvimento Urbano de SP (morando fora do país essas notícias nem sempre são notadas tão prontamente :) ). Bom saber que tem gente assim na nova gestão. Esse é um cara que estudou a história da urbanização das várzeas de SP com critério... é um cara com bagagem. Quem quiser discutir  Temas Urbanos e a Revisão do Plano Diretor da Cidade de São Paulo, pode ir na reunião do próximo dia 19 de fevereiro. Eu estarei lá com certeza. Aqui o link: http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/24114

Wednesday, November 28, 2012

"ENTRE RIOS" - A urbanização de São Paulo




Direção:
Caio Silva Ferraz

Produção:
Joana Scarpelini

Edição:
Luana de Abreu 

Documentário sobre a história da ocupação do solo da cidade de São Paulo e sua relação com os rios urbanos.

O video foi realizado em 2009 como trabalho de conclusão de Caio Silva Ferraz, Luana de Abreu e Joana Scarpelini do curso em Bacharelado em Audiovisual do SENAC-SP.
Vale a pena assistir! Fotos antigas que mostram a configuração física-geográfica da cidade no passado, depoimentos críticos de Alexandre Delijaicov, Odette Seabra, Marco Antônio Sávio, Mário Thadeu de Barros, e outros.

Vídeo: Rios e Ruas



Vídeo com Luiz de Campos Jr e José Bueno falando dos "Rios e Ruas" de São Paulo, chamando a atenção para a presença de diversos córregos que foram tamponados pelo modelo de avenidas de fundo de vale e fazendo um apelo pela recuperação dos que foram "apagados" da paisagem urbana.

Tuesday, November 6, 2012

A contratação do Parque Linear Pinheiros por Pregão Eletrônico

Essa é a versão simplificada de um projeto contratado pela EMAE por Pregão Eletrônico para a elaboração do projeto de implantação do Parque Linear Pinheiros em São Paulo. Aqui o edital publicado no Diário Oficial em agosto de 2009 — dois meses depois do lançamento deste edital, o Diário Oficial publicou um extrato de contrato da empresa que foi vencedora do pregão.

É um grande erro da administração pública contratar projetos de arquitetura e paisagismo, ainda mais da envergadura do Parque Linear Pinheiros, através de leilão eletrônico pelo menor preço. Nesses anos em que estou escrevendo o doutorado estudei muitos casos de revitalização urbana de margens de rios e nunca vi um caso como esse. Os projetos europeus que estudei são contratados apenas depois da realização de várias audiências públicas e de lançamento de um concurso público nacional/internacional para então escolher o projeto mais adequado para a requalificação das margens de rio.

O engenheiro e advogado José Roberto Bernasconi, presidente da regional São Paulo do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), fala numa entrevista fornecida à Arcoweb em maio de 2011 sobre a distorção de se contratar projetos de arquitetura através de pregão:


"Há cerca de dez anos se estabeleceu o critério de contratar compras públicas, de bens ou serviços comuns, através de pregão. Só que projeto de arquitetura nunca vai se enquadrar nisso. Serviço comum, que se possa contratar dessa maneira, é troca de carpete, algo que se resolve assim que descrito. Nada que envolva criação pode ir a pregão. Pelo contrário, a concepção do que venha a ser uma estação de metrô depende de sondagem, de levantamento topográfico, de ensaios geotécnicos que indiquem a capacidade de suporte do solo. A criação é a criatividade suportada por conhecimento tecnológico, aliado à experiência profissional. O proponente pode até quantificar o programa, mas o resultado final do empreendimento dependerá do processo de projeto. (...) A distorção começou a acontecer quando ampliaram o escopo e usaram o pregão para licitar projeto também. Até 2005 isso não acontecia. Havia um item na lei que dizia: “Excluem-se da modalidade de pregão as contratações de obras, o serviço de engenharia e arquitetura, as locações imobiliárias e as alienações em geral”. Mas, naquele ano [gestão de Geraldo Alckmin], subtraiu-se a menção aos serviços de engenharia e arquitetura e tivemos o pior dos mundos.
Contratar sondagem por pregão é como correr o risco de operar o estômago com ultrassom falso. Também ninguém contrata advogado por menor preço. Serviço comum é serviço corriqueiro, não envolve criatividade." (Bernasconi 2011). Fonte: http://www.arcoweb.com.br/entrevista/jose-roberto-bernasconi-presidente-sinaenco-23-05-2011.html


Vale a pena ler a entrevista toda. Cita-se a incoerência do mesmo governo que contratou pelo Metrô serviços através de pregão ter se "dado ao luxo" de contratar um escritório internacional de arquitetura por 8% do valor da obra, que é mais do que o dobro do que é normalmente praticado no Brasil, para fazer o Complexo Cultural Luz.

Infelizmente o projeto do Parque Linear Pinheiros teve uma outra sorte: foi contratado pelo mesmo processo que se contrata troca de carpete ou a limpeza de caixas d'água. A Administração Pública Federal está proibida pelo Decreto 3.555/2000, art. 5º e art. 6º, do Decreto 5.450/2006, de realizar pregão para contratar serviços de engenharia que não sejam comuns. Um projeto como o do Parque Linear Pinheiros possui características especiais que torna o projeto único, de configuração específica, impossível de ser padronizada. Não pode portanto ser enquadrado em "serviços comuns de engenharia", que é a exigência legal para a realização de pregão eletrônico.

Friday, October 26, 2012

Hidroanel Metropolitano de São Paulo


Para quem não conhece o projeto, vale a pena conhecer! 

Aqui o site do projeto, de onde imagens, plantas e mapas podem ser baixados: http://www.metropolefluvial.fau.usp.br/hidroanel.php

Aqui o blog do projeto:

Aqui um filme com o Delijaicov falando sobre o projeto, aos 5:14 minutos.




Eu só não gostaria que as margens dos rios tivessem todo esse concreto mostrado na maquete eletrônica. O desenho das margens deveria ser realizado em grupos interdisciplinares com arquitetos paisagistas que dominam técnicas alternativas de manejo de águas pluviais que podem contribuir para a melhora do controle de enchentes, microclima, qualidade do ar, ecologia urbana, paisagem urbana (ver infra-estrutura verde).






Thursday, October 25, 2012

Traição na Traição: EMAE vende ao poder privado área estratégica de parque urbano às margens do Pinheiros


Fonte da imagem: Valor Econômico

Segundo reportagem da Folha, cerca de 2.000 dos 15.000 m² comprados pela JHSF próximos ao Rio Pinheiros em São Paulo estavam previamente reservados para a elaboração do Parque Linear do Rio Pinheiros ---> para quem nunca ouviu falar do projeto, que na minha opinião deveria ter sido realizado através de um concurso público, pode baixá-lo aqui. Mas considerando que a área vendida é aquela da figura acima, da antiga vila operária da Light, próxima à Usina Elevatória da Traição, e não como diz a matéria da Folha entre a Ponte do Morumbi e o Hipermercado Extra da Marginal, então creio que mais do que 2.000 m2 foram sacrificados...

Tendo estudado o tema dos rios urbanos por tantos anos, preciso manifestar a minha frustração perante a notícia desse terreno ter sido vendido... essa área é uma das poucas ao longo do Rio Pinheiros em que o espaço entre a marginal e o rio é mais generoso: são quase 200 metros de largura. A largura da área torna-a um lugar estratégico, pois no contexto de um parque ao longo do rio contido entre rodovias como as marginais, é esse um dos lugares-chave que abrigará um grande número de funções, onde processos técnicos, sociais, produtivos, ecológicos e culturais podem coexistir, colaborando para que a cidade tenha uma maior vitalidade.

Na Europa as administrações públicas já se deram conta há muito da importância de se transformar as margens dos rios urbanos em espaços públicos abertos a todos, com equipamentos públicos de qualidade que encorajem a integração dos cidadãos com os rios através de recreação, turismo, circulação lenta (por ciclistas, pedestres), um corredor para a fauna e flora urbanas, para amortecimento de enchentes, para melhora do clima urbano, para servir de palco de interação entre cidadãos de diferentes classes sociais e graus escolares, e mais um monte de outros benefícios.

A questão do Rio Pinheiros ser poluído não é uma desculpa para que suas margens sejam entregues na mão do poder privado — o acesso ao rio deve ser público. Muitos rios europeus eram tão poluídos quanto o Pinheiros e o Tietê, e isso não impediu que administrações públicas privatizassem suas margens e investissem no seu redesenho durante a fase de desindustrialização — antes mesmo que os rios estivessem completamente limpos, as margens receberam passeios públicos e as pessoas começaram a se apropriar desses espaços, o que levou a uma conscientização e pressão pública pela definitiva melhora da qualidade da água e dos acessos aos rios. Foi um processo lento, mas que cada vez mais se solidificou: hoje os rios urbanos de muitas cidades européias são espaços públicos por excelência que reforçam a identidade da cidade, motivo de orgulho para os cidadãos

O potencial do Rio Pinheiros não é menor do que o de nenhuma das cidades européias às quais me refiro (Lyon, Düsseldorf, Londres, Colônia, Paris, Munique, etc.). O Pinheiros, assim como o Tietê e os vários outros cursos de água que estão escondidos na paisagem urbana de São Paulo, só precisa ter seu potencial reconhecido e valorizado. Para isso é preciso encorajar projetos e visões que reforcem o caráter público do rio e explorem as diversas funções que suas margens podem desempenhar, ao invés de entregar o ouro na mão do poder privado.

A EMAE, uma empresa de capital misto, ao vender uma propriedade que tem tamanha importância como patrimônio público, está agindo segundo interesses privados para aumento do lucro de seus acionistas. Tiarajú Pablo D'Andrea escreve na sua dissertação de mestrado sobre a posição ambígua da EMAE, que por um lado reconhece a importância do redesenho do rio urbano ao encomendar um projeto de Parque Linear do Rio Pinheiros e por outro lado vende parte da área reservada a esse parque para o poder privado (Tiarajú Pablo D'Andrea. Nas Tramas da Segregação. O Real Panorama da Pólis):

"Neste ponto, o que é importante reter para este estudo é justamente a ocupação dos cargos da empresa mista por funcionários públicos defendendo interesses privados. Interesses expressos na venda das propriedades da empresa para aumento do valor das ações de forma a trazer dividendos a esses acionistas, que por sua vez, por serem Conselheiros da EMAE, recebem R$ 4.440,00 de salário. Como se fosse pouco, a maioria desses conselheiros ainda acumulava algum outro cargo público em secretarias do Governo do Estado. Contudo, apesar da origem pública desses funcionários-conselheiros, quando da deliberação de assuntos referentes a EMAE, a racionalidade utilizada era “empresarial”, como havia colocado o Diretor Administrativo. (...) Empresa mista, expressão ímpar das confusas fronteiras entre o público e o privado, a EMAE por muitas vezes demonstrou ser um objeto de difícil análise, justamente por seu caráter necessariamente ambíguo. Seguem dois pequenos exemplos: em reunião com moradores da favela Real Parque, uma Diretora da EMAE afirmou: “em último caso, quem decide é o Governador”, ou seja, a frase expressava um caráter de uma empresa subordinada aos ditames do poder público. Sua face privada seria exposta, por exemplo, na possibilidade da efetuação de usucapião em suas terras, possível de ser aplicada apenas em terrenos privados, e não públicos. Contudo, cabe ressaltar que é justamente essa lógica ambígua da empresa mista o que a caracteriza." (D'Andrea 2008, pp. 110 e 111) 

Segundo o artigo da Folha, a venda foi feita por "'decisão 'administrativa', uma vez que a área não tinha mais funções operacionais". De fato, a antiga vila operária da Light, localizada próxima à Usina Elevatória da Traição, está com suas casas em desuso há muitos anos. Mas isso certamente não justifica a venda de um patrimônio público que apenas por uma questão de tempo ainda não transformou-se num parque aberto aos cidadãos e visitantes da cidade de São Paulo.

O artigo prossegue: "A Folha apurou que a JHSF propôs ao governo viabilizar o parque entre as pontes Cidade Jardim e Morumbi. O acordo está em andamento". Isso também é preocupante. Além de uma das áreas-chave do parque linear ter sido vendida, pretende-se confiar às mãos do poder privado a realização de parte do parque. Os cidadãos já foram "traídos" uma vez, a EMAE pretende uma nova traição?

Addendum:
Não se trata de condenar parcerias público-privadas. Há muitos exemplos positivos de projetos urbanos que só saíram do papel devido a tais parcerias. Mas a administração pública tem que acionar uma equipe qualificada para coordenar o projeto e garantir que os interesses públicos não sejam prejudicados perante os privados. Quando a requalificação de espaços públicos é bem conduzida, tanto a cidade como os donos de terrenos podem lucrar.

No caso da EMAE/JHSF é preocupante a velocidade com que as coisas têm sido decididas. A sociedade civil não está sendo envolvida na discussão do projeto, que devido à sua importância, deveria estar sendo refletido em noticiários, em reuniões abertas ao público, questionários sobre os anseios, desejos e críticas da população, oficinas, workshops e charretes de projeto. Trata-se de 50 km lineares de parque, contando os dois lados do rio... um projeto dessa envergadura deve naturalmente passar por um processo de decisão que seja o mais democrático e transparente possível. Isso torna o processo mais lento, mas eu quero crer que todos concordam que a democracia é um preço válido a ser pago — a qualidade do projeto melhora, o interesse e participação da sociedade aumenta, a aceitação dos resultados é maior, paternalismo institucional e arbitrariedades são reduzidos.

Tuesday, April 3, 2012

Project for the Klang River in Kuala Lumpur

"The river itself was not in daily life. It was a forgotten river."

I know it is a commercial video for Aecom, but the story they tell about the Klang River is in a way very similar to the story of the Pinheiros River in São Paulo.

Just like the Klang, the Pinheiros has a huge potential to improve life quality in the metropolis.

How long will the Government in Sao Paulo take to recognize the "river of opportunities" that such a river brings to a city?


Sunday, July 24, 2011

The Wisdom of Jane Jacobs...

... on the importance of networks.
Great sense of reality and simplicity (kind of a rare thing among architects and urban planners).
Always worth listening to. Gotta love her.

"I stay away from visions of the cities of the future. Any city at all that's worth learning from our considering, has parts that work. (...) We should study the parts that work and the parts that people use. All hypotheses get tested in the real world. You don't have answers in advance and one size doesn't fit all. And the greatest asset that the city can have, that the city neighborhood can have, is something that is different from every other place. Don't think that it can be done with wishful thinking or pretty words. Think how to get examples done. And then don't hide the examples under a bushwa. Try them out, use them for public education. Show what they mean."


Monday, July 18, 2011

"Green streets" and Water Sensitive Design

Um link de um texto do Tucci sobre a possibilidade de se melhorar o manejo de águas no ambiente urbano através de desenho e com isso recarregar o aquífero.

Aqui um pdf do programa europeu "Switch Urban Water" explicando o que é Water Sensitive Urban Design e dando exemplos. Boa referência.